segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Conhecendo nossas origens


Arquivo particular





Um mapa é sempre uma representação de desbravamento de alguma região. Em nosso caso, traçamos registros de nossa música e nossa gente de uma forma sonora.
Através da nossa história secular compomos e escrevemos o que temos de mais original, no falar, no ouvir e no viver do Brasil Colonia e do Brasil Império e é com essa fonte incessante, pelo particular, que a Mala do Folclore colabora conosco e apresenta os ritmos Chula, Samba - Rojão, Samba de Terno.            

CHULA
Chula Amarantina; Chula de Santa Cruz; Barqueiros e "Paus”. Estas são apenas algumas das versões da ‘Chula' que percorre as margens do Douro e se estende até ao Minho. Atrai para os átrios das igrejas, os que gostam de bailar e sempre que chega o Natal, aproveita-se para comemorar com umas "Chulalas".
 Pedro Homem de Mello caracterizou-a como uma "dança complicada, rica e subtil onde certos saltos evocavam modas escandinavas." Houve tempos em que os trabalhos agrícolas, como as mondas, as desfolhadas ou as espadela­das do linho eram pretexto suficiente para puxar da concertina, da viola ou da rabeca e dar ritmo aos movimentos. Eram serões animados pelas Modas criadas à medida do carácter do minhoto, para quem "dança" é impreterivelmente sinónimo de alegria. As próprias letras das canções fazem a isso referência e, se alguém tiver duvidas, basta ouvir com atenção um excerto da 'Chula d' Areosa": 'hei-de cantar; hei-de rir; hei-de ser muito alegre; hei-de mandar a tris­teza; pró diabo que a leve...
 As romarias eram outro bom pretexto para se dançar as “Chulas". Eram criadas com letras e coreografias um pouco diferentes consoante a localidade em que surgia. Mas cada freguesia defendia a sua, com brio e vaidade. É igualmente uma dança de roda, mas o porquê do nome não está esclarecido. Hoje os serões minhotos são preenchidos de forma diferente. Os processos mecanizaram-se e a intervenção do homem nas tarefas agrícolas foi minimizada. Agora, quem dança as 'Chulas' são os grupos folclóricos que foram surgindo ao longo dos anos, trajados á moda do Minho e ornamentados com as relíquias em ouro.
 As Chulas são as únicas rainhas das danças do norte. Descemos ao Baixo Minho e entramos no reino dos "Malhões”, o ambiente é de folia e animação. É conhecido como "Malhão Velho”. “Malhão Minhoto” ou simplesmente "Malhão". A dança começa quando os pares dispostos em círculo, se voltam para dentro dando a direita à moça. Depois de irem dançando em “Passo de Chula", e de o mandador dar ordem, eis que se inicia o "Voltear". É execu­tado em cinco tempos, durante os quais os pares volteiam sobre si em passos mais largos. No final deste movimento surge o característico "Pulo" a “Pé-Coxinho".
 Para alguns interessados nestas matérias, esta será uma dança campestre que terá surgido no distrito do Porto. O nome de "Malhão" terá tido origem em algum instrumento agrícola e nos tempos em que era dançado nas aldeias, tinha uma coreografia diferente, mulheres e homens dispunham-se em fila, frente a frente. Iam-se aproximando e afastando sucessivamente e batiam o ritmo com os pés. O fim da dança acontecia quando todos fechavam a roda e pulavam. Curioso é, no entanto, o testemunho dos mesmos autores para os quais a dança tomou um rumo e uma conotação bastante diferente depois de ter passado do campo para a cidade, pois dizem que a dança foi “adoptada nas orgias e bacanais do povo rude". Porém, esse significado foi ultrapassado e hoje o "Malhão" é dançado sem preconceitos.
(Fonte: Semibreves, MUSICA TRADICIONAL PORTUGUESA.) 



SAMBA – ROJÃO – Rojão da viola. Há duas acepções. A forma velha que conheci no sertão ao redor de 1910(sertão de Ceara, Rio Grande do Norte e Paraíba) era o pequeno trecho musical, tocado a viola ou rabeca (por ambas também), antes do verso cantado pelo cantador. Como na cantoria do desafio clássico não havia acompanhamento musical, os trechos eram executados antes do verso e depois, para o descanso do primeiro cantador e pausa para o adversário preparar a resposta. Esse trecho dizia-se Rojão ou Baião.
(Luis da Câmara Cascudo,VAQUEIROS E CANTADORES, pag. 143, Porto Alegre-1939)


Arquivo pessoal
Foto Ana Maria


A representação de nossas sonoridades, vem marcada pelo contato com a Natureza, estamos muito próximos de nossa Terra Brasil e assim dividimos este momento com vocês. Pelo olhar de Ana Maria as belas paisagens são compostas em nossas rotas, as quais, enriquecem o nosso contato. E assim estamos em clima de despedida do Porto Bate Pé ... 


SAMBA DE TERNO – Os Reisados são protagonista dos Ternos. Os coros são entremeados de palmas e bater de pés. Os Reisados percorrem as ruas e estradas, á luz de archotes. O povo acompanha saracoteando ao ar livre, as fantasias do bando. Os donos da casa facultam o ingresso, ai restabelece-se o silêncio, e a saudação solene, religiosa e profana ao mesmo tempo, irrompe o Rancho, com a musica a frente, dando-se as mãos, requebrando, dançando, entram cantando:
                              Bendito louvado seja
                              O Menino Deus nascido
                              Que no ventre de Maria
                               Por nós esteve escondido.
                          
                               Dois de cá
                               Dois de lá
                               Mariquinhas no meio
                               Não pode sambar.
E dois a dois, volteiam pela sala, tomam o corredor, voltando e variando a Toada:
                               Há três dias que eu ando
                               Procurando sem achar
                               Mais fui dar com ele em Roma
                               Vestidinho num altar.

                               Inda bem
                               Há de vir
                               Que somos de longe
                               Queremos nos ir.
Quando havia Presépio em casa, os figurantes em passos alternados apresentavam suas homenagens entoando:     

                                 Bravo, bravo, bravo !
                                 Hoje quem brilha
                                 O verbo humanado
                                  Deus da maravilha.
Na véspera de Reis, os foliões de Santo Amaro, Cachoeira, Feira de Santana, Nazaré das Farinhas, sulcavam as estradas em carros de boi em busca de engenhos e fazendas nos quais iriam tirar Reis.
                            Na capital, os grupos preparavam alegorias, e desde o escurecer retumbavam as sonâncias. Do RioVermelho, Itapagipe, Barra, Papagaio, Bomfim, partiam Ternos. Cada qual trazendo uma garça ou um pavão, com símbolo escoltados por crioulas e capadócios, que percorriam as ruas em estripitoso alarido.
                            O Reisado ou Reis, assim chamado por serem festas dos Reis Magos (6 de janeiro). O Reisado tem lugar em uma casa de família. Esta casa fica com as portas fechadas e as luzes apagadas.
                             Chegando a casa determinada, moças e rapazes que constituem o Terno, cantam ao som das violas, pandeiros entremeados por palmas.
                                    Ô de casa, gente nobre
                                     Acordai para saber
                                     Que embora gente pobre
                                      Vem agora vos dizer.

                                    Ô de casa, nobre gente 
                                    Acordai e ouvireis
                                    Que parte do oriente
                                     São chegado os três reis. (...)
O dono da casa acende a luz e abre a porta convidando o Reisado a entrar, e o grupo entra cantando:



                                 Dois de lá, dois de cá
                                 Sozinha no meio não posso ficar
                                 Meus compadres nos manda servir
                                 Pois somos de longe, precisamos ir.

                                Bolinhos bem feitos, feitos por Iaiá
                                A dona da casa disse que nos dá
                                Docinhos, confeitos e tudo que há
                                Queremos moqueca e vatapá.
A dona manda servir doces, bolos e licores, e a orquestra composta de sanfona, violão, pandeiro e flauta, inicia o baile que vai até a madrugada.
                       As letras das Toadas variam de lugar para lugar, assim é que em Feira de Santana o Reisado mais cantado tinha estes versos:

                                 Ô de casa, ô de fora
                                 Ô menino vai ver quem é
                                  É nos cantando Reis
                                 Quem mandou foi São José

                                  São José, Santa Maria
                                  Diz que vai para Belém
                                  Diz que vai cantar um Reis
                                  E cantaremos nós também. (...)

Em Santo Amaro, por ser surpresa para os donos da casa, cada dos componentes do Reisado oferecia galinha e perua assados, panelas de mungunzá e outras guloseimas. Partiam em silencio até a porta da casa onde iam tirar o Rei, ai chegando entoavam:
                                 Viemos cantar um Rei
                                 Como se canta na corte
                                 Senhores donos da casa
                                 Deus lhe dê uma boa noite.

                                 Deus lhe dê uma boa noite
                                 Alegremente cantando
                                 Com despedida na festa. (...)
O dono da casa acende as luzes e abre a porta, e o Terno de dois a dois iam entrando e cantando:

                                  Abre a porta e também a janela
                                  Queremos gozar esta cor de canela
E já na sala saracoteando e bamboleando cantam:

                                   A dona da casa, Léa é boa de dar
                                   Ela tem peru, que vai mandar matar.

                                   Nos queremos bolacha e café
                                   Que saco vazio não se pôe em pé.
A Dança e Samba vão até a madrugada.
Os Reisados são de procedência “Sudaneza” principalmente dos Gêges.   
Os componentes do Terno são chamados Pastores e Pastoras.
O “Reisado” sempre foi uma festa do coração, através dele se cristalizaram as mais puras amizades, e manifestações cordiais entre as famílias.
Distinguir uma casa, nas noites de Reis, com grupos de lanternas de seda, castanholas e a orquestra á frente, era um acontecimento luminoso para a família.(...)
(Zilda Paim, RELICÁRIO POPULAR, pags. 70 a 76, Salvador-1999)   

Até breve amigos encontre-nos em nosso endereço sonoro




                               


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Diário de Bordo


De todas as nossas viagens pelas Folias e Ritmias da Música do Brasil, de fato, a natureza é o que mais nos emociona. De todas as nossas escritas, o falar de nossa gente, do seu imaginário e da sua realidade é o que nos identifica. Cada nota de nossas canções nos torna ativos e vivos. Assim é a vivência, com a Música Folclórica, este é o sentimento que nos traz o Porto Bate Pé. Estamos vivos e ativos na companhia dos ritmos Canção - Caipira, Lundu e Embolada.


Canção-Caipira – A criação coletiva da Canção. Este é um acontecimento muito comum
na música caipira. Das festas populares, onde se reúnem centenas e às
vezes até milhares de pessoas, o artista popular e seus parceiros criam em
cima do acontecimento elaborando letra e melodia reportando-se à
festividade em si, ou apenas usando-a como tema para dar vazão à sua
criatividade, à sua inspiração. Existe hoje um número muito grande dessa
modalidade musical de criação coletiva, mas apenas a festa do Divino, a
dança de São Gonçalo ou a Folia de Reis, por exemplo, são citadas. Na
verdade, o nome ou os nomes dos compositores terminam sendo
substituídos pelo da cidade ou povoado onde foi criada a canção. É por
isso que ouvimos falar da ‘Cana-Verde de Piracicaba’, do ‘Recortado de
Olímpia’, do ‘Cururu de Tietê’ e assim por diante. O nome ou os nomes
dos seus compositores perderam-se no tempo por falta de registro. Assim, ela incorpora-se ao folclore da região
(Waldenyr Caldas, O QUE É MUSICA SERTANEJA, São Paulo – 1987)


Lundu – Ao lado dessa Fofa adotada pelas camadas populares brancas portuguesas, outra dança surgida pela metade de setecentos, quase certamente também na Bahia – embora, noticias sobre ela aparecesse quase simultaneamente pela década de 1760 também em Pernambuco e no Rio de Janeiro- ,estava destinada sob o nome de Lundu a perfazer um caminho mais longo, pois de dança de terreiro iria passar não apenas a número de teatro mas, por artes de seus estribilhos cantados, a transformar-se, inclusive, em canção de sabor humorístico.
               Esse chamado Lundu, muito mais preso que a Fofa aos Batuques de negros – de onde se destacara como dança autônoma ao casar a Umbigada dos rituais de terreiro africanos com a coreografia tradicional do Fandango (tanto na Espanha quanto em Portugal caracterizado pelo castanholar dos dedos dos bailarinos que se desafiavam em volteios no meio da roda) - , apresentava ainda um traço destinado a determinar sua evolução: o estribilho marcado pelas palmas dos circunstantes, que fundiam ritmo e melodia no canto de estilo estrofe-refrão mais típico da África negra.
              Dessa intimidade de origem com os batuques realizados em lugares ermos pelos escravos das roças – e onde sob tal designação genérica muitas vezes se abrigavam as cerimônias do ritual religioso africano – talves tivessem tirado os brancos, atraídos pela festa rítmica dos negros, o próprio som da dança. É que, conforme revelavam não apenas o poeta Gregório de Matos no século XVII, mas Nuno Marques Pereira e seu PEREGRINO DA AMERICA e outros documentos oficiais de setecentos, tanto na Bahia quanto em outras cidades das Minas Gerais os ritos da religião denominados de Calundus eram eventualmente chamados de Lundus.
(José Ramos Tinhorão, HISTORIA SOCIAL DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA, pags. 99 – 100, Portugal – l990.)    



pesquisa de internethttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lundu
Gravura de Rugendas



Embolada - Gênero musical que teve origem no Nordeste brasileiro, aparecendo mais freqüentemente na zona litorânea e mais raramente na zona rural, suas características principais incluem uma melodia mais ou menos declamatória, em valores rápidos e intervalos curtos. O gênero é simples e não possuiu qualquer composição preestabelecida, quanto ao número e disposição dos versos. Um estribilho é repetido, num intervalo maior ou menor por um dos cantadores, enquanto o outro improvisa. A letra é geralmente cômica, satírica ou descritiva. O texto, com freqüência, é alterado com aliterações e onomatopéias. A dicção, por vezes complicada, torna-se mais difícil devido a rapidez com que os versos muitas vezes são improvisados. Para Euclides Formiga, o metro é "setissilábico, a redondilha maior". Já para Câmara Cascudo, a embolada tem como característica o refrão e a estrofe de seis versos. Já para Leonardo Mota, seria um martelo, com estrofe de dez versos com cinco sílabas. Nas feiras nordestinas uma das principais atrações é o encontro de dois emboladores, empunhando o pandeiro ou o ganzá, um instrumento de flandre, cheio de caroços de chumbo. Entre os principais emboladores, destaca-se a figura do alagoano Tira-Teima. Com o advento do rádio e especialmente a partir da invasão da música nordestina nos anos 40, destacaram-se diversos artistas cultores do gênero. Um dos principais nomes do gênero foi o pernambucano Manezinho Araújo, que fez grande sucesso nos anos 40 e 50 com suas emboladas, com destaque para "Veja como o coco é bom", "As metraia dos navá", "Quando a rima me fartá" e "Cuma é o nome dele", entre outras composições. Mais recentemente destacaram-se na embolada as duplas Cajú e Castanha e Terezinha e Lindalva, essa última apresentando-se no Rio de Janeiro, principalmente no Largo da Carioca.
(Instituto Cultural Cravo Albin).




Arquivo Particular
Foto Ana Maria




Assim estamos desenhando o mapa da Música Folclórica, baseando-nos em nossa releitura e projeção dos Ritmos Nativos do Brasil Imperial e Colonial. E sempre acompanhados com a Mala do Folclore. Até breve Amigos, acompanhe nosso endereço sonoro : http://www.youtube.com/watch?v=6uN79uN_sUE&feature=youtu.be  Visitem nossa loja: http://a-quitanda-do-folclore.webnode.com/.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Atracamos no Porto Bate Pé.





Arquivo particular


Olá amigos de estrada, abraçamos a todos vocês com a felicidade de sempre, gratos estamos, assim é a vida com a Música Folclórica Brasileira.  Aqui Porto Bate Pé, reverenciando mais uma vez os nossos ancestrais nos ritmos Bate - Pé, Batuque e Calundu. 


Bate – Pé – “ O Bate- Pé é um divertimento nitidamente paulista, sem a vivacidade, o colorido, a graça das danças do norte. É monótono e enfadonho, mas goza das preferências de quase todo caipira, capaz de passar horas e horas a amassar o chão num sapateado rápido e cadenciado pelo dedilhar de um violão em compasso binário”.
(Luis Martins, COSTUMES POPULARES PAULISTAS, “Cultura Política”, nº. 12 , pag. 223, Rio de Janeiro – 1942).


Batuque – “Logo que ele (o Soba Mavanda) chegou, os homens formaram em linha, com os Batuques atrás, e as mulheres e rapazes desviaram-se para longe. Começaram os Batuques, e os homens imóveis do corpo. Cantando as suas monótonas toadas e batendo as palmas”.
( Serpa Pinto, COMO ATRAVESSEI ÁFRICA, cap. I, pag. 205, Londres – 1881).



Arquivo particular

Ficha Técnica :

Ao Canto e Afoxé : Ana Maria
Ao Canto e Violão : Matias Moreno
Autor e Compositor : Matias Moreno

Mateus Costa : Violino
Lins Henrique : Sax/ Clarineta
Corinne Catasiner : Flauta 
Josias Jr. : Teclados
Fabrício Salomão : Percussão
Alan Cerqueira : Percussão
Ivan Jr. e Victória : Coral e Peditório                           

                             Estúdios Ingá



Calundu – (...) “Perguntou-me como havia eu passado a noite. Ao que lhe respondi: bem de agasalho, porém desvelado; por que não pode dormir toda a noite. Aqui acudi ele logo, perguntando-me que causa tivera. Respondi-lhe que fora procedido do estrondo dos tabaques, pandeiros, canzás, botijas e castanhetas, com tão horrendos alaridos, que se me representou, a confusão do inferno. E para mim, me disse o morador, não há coisa mais sonora, para dormir com sossego... se eu soubera que havíeis de ter este desvelo mandaria que esta noite não tocassem os pretos seus Calundus”.(...)
(Nuno Marques Pereira, COMPÊNDIO NARRATIVO DO PEREGRINO DA AMERICA, Princeps, 1729, pag. 123 da Ed. 1939, 1º Volume).


Toda essa sonoridade , que nos acompanha vem dos ritmos bárbaros do Brasil Colonial e Imperial, dentro da cosmovisão Luso - Afro - Ameríndio que tem como ponto alto a exaltação das danças, bailados, folguedos e ritmos. Até breve amigos encontre-nos em nosso endereço sonoro : http://www.youtube.com/watch?v=tYZ43ixvs60&feature=youtu.be