sábado, 12 de julho de 2014

Abraços e até mais MALA DO FOLCLORE!!!

A cada momento vamos nos sentindo mais próximos de nossa verdadeira identidade. E nós nos reconhecemos em nossa música. Acreditamos que a Música Folclórica Brasileira nos registra com suas trajetórias em toda nossa raça , alegria, natureza, FOLIAS E RITMIAS ...  Um pouco mais de BRASILIANA!   





BRASILIANA – (...) “São os tupinambás tão luxuriosos que não há pecado de luxúria que não cometam; os quais sendo de muito pouca idade têm conta com mulheres, e bem mulheres; porque as velhas, já desestimadas dos que são homens, granjeiam estes meninos, fazendo-lhes mimos e regalos, e ensinam-lhes a fazer o que eles não sabem, e não os deixam de dia, nem de noite. É este gentio tão luxurioso que poucas vezes tem respeito às irmãs e tias, e porque este pecado é contra seus costumes, dormem com elas pelos matos, e alguns com suas próprias filhas; e não se contentam com uma mulher, mas têm muitas, como já fica dito, pelo que morrem muitos de esfalfados. E em conversação não sabem falar senão nestas sujidades, que cometem cada hora; os quais são tão amigos da carne que se não contentam, para seguirem seus apetites, com o membro genital como a natureza formou; mas há muitos que lhe costumam pôr o pelo de um bicho tão peçonhento, que lho faz logo inchar, com o que têm grandes dores, mais de seis meses, que se lhe vão gastando por espaço de tempo; com o que se lhe faz o seu cano tão disforme de grosso que os não podem as mulheres esperar, nem sofrer; e não contentes estes selvagens de andarem tão encarniçados neste pecado, naturalmente cometido, são muito afeiçoados ao pecado nefando, entre os quais se não têm por afronta; e o que serve de macho, se tem por valente, e contam esta bestialidade por proeza; e nas suas aldeias pelo sertão há alguns que têm tenda publica a quantos os querem como mulheres públicas.

         Como os pais e as mães veem os filhos com meneios para conhecer mulher, eles lhas buscam, e os ensinam como a saberão servir; as fêmeas muito meninas esperam o macho, mormente as que vivem entre os portugueses. Os machos destes tupinambás não são ciosos; e ainda que achem outrem com as mulheres, não matam a ninguém por isso, e quando muito espancam as mulheres pelo caso. E as que querem bem aos maridos, pelos contentarem, buscam-lhes moças com que eles se desenfandem, as quais lhe levam à rede onde dormem, onde lhes pedem muito que se queira deitar com os maridos, e as peitam para isso; cousa que não faz nenhuma nação de gente, senão estes bárbaros. ”(...)
        (...) “Costumam os tupinambás que vindo qualquer deles de fora, em entrando pela porta, se vai logo deitar na sua rede, ao qual se vai logo uma velha ou velhas, e põem-se em cócoras diante dele a chorá-lo em altas vozes; em o qual pranto lhe dizem as saudades que dele tinham, com sua ausência, os trabalhos que uns e outros passaram; a que os machos lhes respondem chorando em altas vozes, e sem pronunciarem nada, até que se enfadam, e mandam às velhas que se calem, ao que estas obedecem; e se o chorado vem de longe, o vêm chorar desta maneira todas as fêmeas mulheres daquela casa, e as parentas, que vivem nas outras, e como acabam de chorar, lhe dão as boas vindas, e trazem-lhe de comer, em um alguidar. peixe, carne e farinha, tudo junto posto no chão, o que ele assim deitado come; e como acaba de comer lhe vêm dar as boas vindas todos os da aldeia um e um, e lhe perguntam como lhe foi pelas partes por onde andou; e quando algum principal vem de fora, ainda que seja da sua roça, o vem chorar todas as mulheres de sua casa, uma e uma, ou duas em duas, e lhe trazem presentes para comer, fazendo-lhe as cerimônias acima ditas.                             
       Quando morre algum índio, a mulher, mãe e parentas o choram com um tom mui lastimoso, o que fazem muitos dias; em o qual choro dizem muitas lástimas, e magoam a quem as entende bem; mas os machos não choram, nem se costuma entre eles chorar por ninguém que lhes morra.

      Os tupinambás se prezam de grandes músicos, e, ao seu modo, cantam com sofrível tom, os quais têm boas vozes; mas todos cantam por um tom, e os músicos fazem motes de improviso, e suas voltas, que acabam no consoante do mote; um só diz a cantiga, e os outros respondem com o fim do mote; os quais cantam e bailam juntamente em uma roda, em a qual um tange um tamboril, em que não dobra as pancadas; outros trazem um maracá na mão, que é um cabaço, com umas pedrinhas dentro, com seu cabo, por onde pegam; e nos seus bailos não fazem mais mudanças, nem mais continências que bater no chão com um só pé ao som do tamboril; e assim andam todos juntos à roda, e entram pelas casas uns dos outros; onde têm prestes vinho, com que os convidar; e às vezes andam um par de moças cantando entre eles, entre as quais há também mui grandes músicas, e por isso mui estimadas.

     Entre este gentio são os músicos mui estimados, e por onde quer que vão, são bem agasalhados, e muitos atravessaram já o sertão por entre seus contrários, sem lhe fazerem mal.”(...)
(Gabriel Soares de Souza, TRATADO DESCRITIVO DO BRASIL EM 1587, caps. CLVI e CLXII, pags. 372 e 382. “edição castigada pelo estudo e exame de muitos códices manuscriptos existentes no Brasil, em Portugal, Hespanha e França, e accressentada de alguns commentários por Francisco Adolpho de Varnhagem”, São Paulo – l938).
                               



                                                          - ROTEIRO –


MINHA TERRA - (Jongo)                                             Cd:      Minha Terra   (1987)

BATUQUEIRO - (Samba-Caboclo)                               Cd:     Na Boca do Povo   (1995)






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