domingo, 29 de outubro de 2017

CARRO DE BOI





Sombra do Ipê : (Rodval Matias)



Terreiro de Fazenda : (José Rosário de Dionísio)




Carro de Boi : (Léa Ramos)



Carro de Boi : "diversão". (Carybé)



Carro de Boi : (José Ricardo)



Grito do Ipiranga : "carro de boi". (Pedro Americo)



Bois : (Aldemir Martins)



Carro de Boi : "chegando à Feira". (Carybé)



Carro de Boi : (Mauro Ferreira)



Fundo de Quintal : (Rui de Paula Santos Filho)



Menina Estudando : (Luiz Pinto)





                                             - CARRO DE BOI –

                         O sertanejo nordestino ainda não se libertou dos Carros de Boi, que ainda lhe são de grande utilidade. Eles ainda lançam no espaço seus saudosos gemidos de sons produzidos por seus eixos em contato com os cocais.

                         São fortemente construídos com madeira de lei. Constam de um lastro e duas rodas protegidas por uma lâmina de ferro, devido ao atrito com o solo pedregulhento e sulcado pelas chuvas.

                        Foram poderosos coadjuvantes com força motriz de todo o material pesado utilizado nas construções, bem como no transporte do madeirame para as vigorosas cercas.

                        São puxados por juntas que se compõem de cangas de dois bois que se prendem entre si por um canzil, que os acangalha. Eram, de ordinário, animais bem amestrados, as cangas se denominavam: dianteira, contra-dianteira, centro, contra coice e coice.

                        A última servia de freio, bastando somente o carreiro ecoar o seu firme ôôôa... Para que os pesados malabares encostassem suas ancas ao carro e sustassem, de imediato, seu movimento.

Gastão Sampaio, FEIRA DE SANTANA E O VALE DO JACUIPE, pag. 49. Salvador – 1977.





                                                              
                                                 Carro de Boi : (Anita Malfatti)



                                                                       
 Carro de Boi : (Syro)



Famille de Planteur : (Rugendas)



Moulin à Sucré : (Rugendas)



Carro de Boi : (Mestre Vitalino)



O Carro de Boi : (J. Miguel)



Carro de Boi : (Enio Crusius)



Casamento no Paraguaçú : (Edilson Araujo)



Trigal : (Eurico Bianco)



Carro de Boi : (Antonio Poteiro)



Carro de Boi : (Josinaldo)



Carro de Boi : (Manuel Santiago)



Carro de Boi : (Percy Lau)



Carro de Boi : (Rudval Matias)



Carro de Boi : (Renato Camara)




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

Carro de Boi : (Côco do Sertão)
Àlbum : Cisca - Fogo




Obrigado pela companhia... até breve !!!









            

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A NOVA REPÚBLICA





Antonio Conselheiro e Cangaceiro - Douglas Docelino



Chegada de Lampião no Inferno - Eugenio Colonnese



Floriano Peixoto - Pintor Desconhecido



Lampião e Maria Bonita - Benjamin Abrahão



Padre Cícero - Petrônio



Corisco e Dadá - Benjamin Abrahão



Delmiro Gouveia e Anunciada Candida - Autor Desconhecido



Adilia e Sila - Benjamin Abrahão



Aureliano Chaves - Amarilis Chaves



Antonio Silvino - Portinari



Cacimba Sêca - Aldemir Martins





                                                 - GEMEDEIRA -  

                    Nesse mesmo instante, muitas léguas de alpergatas distante, na clareira onde pernoitavam os sete cangaceiros, estranho fenômeno começou a ocorrer com a viola de Gitirana, que dormia ao sereno, fora da sacola. Uma a uma, suas cordas começaram a se partir, sozinhas. E, rebentando-se, elas gemiam em sons roucos, cavos.

                   Gitirana despertou, aflito. Vendo o instrumento com suas cordas se partindo, correu para perto e ficou a escutar o som da última corda quebrada, debruçou-se, chorando, sobre a viola quebrada:

                 - Acorde, padrinho Labareda – gritou. Alguma coisa de grave aconteceu com o nosso capitão...

                 Delirava ao falar:

               - Não sei o que se passa com o mistério sinistro dessa minha viola, com suas cordas, elas estão se rachando sozinhas. Sinto a agonia da minha viola perdigueira, ela está gemendo, dando um aviso...

               Labareda  despertou e veio na direção de Gitirana que, ajoelhado perto da viola, parecia um doido, conversando sozinho:

              - Minha viola quebrada, triste viola minha.  Á toa você não ia se quebrar desse jeito, o que aconteceu com o nosso capitão?  Só pode ter sido morte por traição.

             Despertaram os demais companheiro e todos vieram para o lugar onde Gitirana, em desespero, lamentava-se diante do instrumento.

             Labareda, numa calma compungida, procurou esclarecer o fenômeno:

           - Só pode ter sido traição. Mataram o capitão...


           Malva, ali perto, tocando no ombro de Gitirana, falou:

          - Com Lampião e Maria Bonita estava o Luiz Pedro e mais gente com eles. Por certo hoje de madrugada, comadre Maria não se levantou para fazer o café.

          Ajoelhado, agora segurando a viola, Gitirana nela batia, repetindo:

         - Todas as cordas da minha viola foram partidas, quebradas, voa, viola, voa.
.
          Estava atuado o cabra. Não escutava Malva, nem ninguém. Persignava-se. Segurou a viola com estranha unção chamando-a de encontro ao peito. Sentiu uma enorme e estranha vontade de trovar. E  batendo os dedos na madeira, sustentou a “gemedeira”. E com ela parecia que o sertão inteiro chorava também.

         E, ali, na medida do conto da regra inteira, na pancada da viola, dolente “gemedeira”, suspirou:

         “Lampião e Maria Bonita,
          Luiz Pedro e Quinta-Feira:
          Ai, ai, ui, ui, ai, ai, ui, ui.”

         Reverenciou inda os demais companheiros, solando na perdigueira:

         “Caixa de Fósforo, Elétrico,
         Diferente, Enedina, Mergulhão
         Ai, ai, ui, ui."

         Compadre, meu Cajarana,
         Gira, gira, Gitirana:
         Ai, ai, ui, ui.”


Paulo Dantas. DELMIRO GOUVEIA E OUTROS SERTÕES. Pag. 73, (Edições Populares) – São Paulo - 1976
    




       Coroneis do Sertão - Caboré




Os Sobreviventes - Descartes Gadelha



O Bordel - Omar Santos



A Serpente - J. Borges



A Criança Morta - Portinari



Os Combatentes - Grover Chapman



Os Violeiros - J. Borges



Labareda - MS



Bando de Lampião e Maria Bonita - Benjamin Abrahão



Bando de Corisco e Dadá - Benjamin Abrahão



O Cordelista na Feira - J. Borges






- SALÃO DE AUDIÇÃO -


A Nova República. (Gemedeira)
Àlbum : Minha Terra





Muito Obrigado !!!  Por vossa companhia...















                                            
  
                  





terça-feira, 3 de outubro de 2017

BOIADEIRO








A Lua - Carybé

                                                             



 
Boiadeiro - Carybé




Travessia - Carybé




Derrapagem - Carybé




Boiadeiros - Carybé




Boiadeiros - Carybé




Travessia - Carybé




Cena do Interior - Carybé




Boiadeiros - Carybé



 Carregadores - Carybé




Magarefe - Carybé





                               O Boi – Pelas regiões da pecuária vive uma literatura oral louvando o boi, suas façanhas, agilidades, força, decisão. Especialmente no nordeste. 

                               Onde outrora não havia a divisão das terras em cercas de armas, modificando a fisiologia social dos agrupamentos, motivando a fisionomia social dos agrupamentos, motivando uma psicologia diversa, os bois eram criados soltos, livres, nos campos sem fim.
                               
                                Novilhos eram beneficiados: ferra, assinalação na orelha, castração, cada ano os vaqueiros campeavam o gado para a apartação, separando-se as boiadas segundo os ferros e a inicial da ribeira, impressa a fogo na coxa. 
                                
                                Alguns touros e bois escapavam ao cerco anual e iam criando fama de ariscos e bravios. Eram os barbatões invencíveis, desaparecidos nas serras e várzeas bebendo em olheiros escondidos e sesteando nas malhadas distantes. 

                                Vaqueiro destemidos iam buscar esses barbatões, com alardes de afoiteza e destemor. Vezes, o boi escapava e sua fama crescia pela ribeira. Cantadores encarregavam de celebrizar suas manhas, velocidade e poderio. 

                                Outros cantadores levavam, cantando, esses versos para outras regiões. O boi ficava célebre. Um dia, inesperadamente, um vaqueiro ou um grupo surpreendia-o, corria horas e horas em seu encalço, alcançando-o, derrubando-o, pondo-lhe a máscara e trazendo-o ao grito do aboio vitorioso, para o curral, como não era possível conservar esse animal fugitivo e feroz, abatiam-no a tiros, aproveitando a carne. 

                                Novas cantigas narravam sua captura, a derradeira batalha e o sacrifício, nalguns versos o boi era transfigurado, tornava-se gigantesco e o cantador, humoristicamente, fazia a divisão dos melhores e piores com as pessoas conhecidas da redondeza. 

                               Bois, touros, novilhas, vacas, o ciclo do gado, possuem suas gesta gloriosa. O boi Barroso nos pampas do Rio Grande do Sul possui suas réplicas em todo nordeste pecuário, versos que atingem aos fins do séc. XVIII, em quadras sextilhas soltas ou na forma abecedária imortalizam essas aventuras. 

                              Silvio Romero (CANTOS POPULARES DO BRASIL) registou o Rabicho da Geralda, o boi Espácio (versão do Ceará e outra do Sergipe), a vaca do Burel, o boi Surubim, o boi Prata; 

                              Pereira da Costa (FOLCLORE PERNAMBUCANO), o boi Espácio, vaca do Burel, o boi Liso; 

                             Gustavo Barroso (AO SOM DA VIOLA), o boi Moleque, o boi Misterioso, o novilho do Quixelô; 

                             Rodrigues de Carvalho (CANCIONEIRO DO NORTE), Rabicho da Geralda, o boi Vítor, o boi Pintadinho, o boi Adão; 

                            A. Americano do Brasil (CANCIONEIRO DE TROVAS DO BRASIL CENTRAL), décima do boi, variante do boi Surubim, boi Amarelo, boi Chita; 

                           Luís da Câmara Cascudo (VAQUEIROS E CANTADORES), ciclo do gado, vaquejadas e apartações, gesta de animais, solfa do boi Surubim, romance do boi da mão e do pau. 



 Luís da Câmara Cascudo (DICIONARIO DO FOLCLORE BRASILEIRO), pag. 105, Rio de Janeiro – 1954.    





    
                                    O Boi Misterioso - Carybé                                        




Boiadeiro - Carybé




Cavalgada - Carybé



Boiadeiro - Carybé




A Boiada - Carybé




A Boiada - Carybé




Boiadeiro - Carybé



 O Boi Surubim - Carybé



O Campo-do-Gado  -  Carybé




O Sertão - Carybé




Boiadeiro - Carybé




 - SALÃO DE AUDIÇÃO -

Boiadeiro (Rancheira)
Álbum : Minha Terra


Obrigado pela companhia...até breve !!!